Como um médico na Terra atendeu um astronauta ainda no espaço

 Em Telemedicina

Telemedicina é usada pela NASA para garantir atendimento médico especializado em viagens espaciais

A telemedicina é uma prática que torna viável o atendimento médico utilizando Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), sendo usada, inclusive, pela agência espacial norte-americana NASA.

Por meio da telemedicina, a distância deixa de ser um obstáculo para que haja o suporte médico especializado, garantindo que haja a consulta ou avaliação desde que os dois lados – médico e paciente – contem com conexão com a internet.

A prática não é nova, mas com o avanço da tecnologia surgem aplicações, como uma consulta com um astronauta na Estação Espacial enquanto o médico está na Terra.

Como a telemedicina é usada em viagens espaciais?

As experiências da NASA com a telemedicina tiveram início ainda na década de 1970 para preparar-se para estadias espaciais de maior duração, o que passou a acontecer a partir de 2001.

Com a Estação Espacial Internacional da NASA os períodos de permanência dos astronautas no espaço aumentaram.

Previamente, a assistência médica era focada apenas em alterações no organismo decorrentes da própria experiência no espaço que afeta principalmente ossos e músculos.

No entanto, com a maior duração das viagens espaciais e os astronautas permanecendo na Estação Especial por meses tornou-se necessária uma assistência de saúde completa, viável com a telemedicina.

Como são realizados os atendimentos e exames?

Com a telemedicina é possível realizar um tratamento preventivo, diagnóstico e terapêutico mesmo que o astronauta permaneça por meses fora da Terra. A consulta é realizada por meio da internet e a comunicação ocorre em tempo real.

Durante a consulta podem ser realizados inclusive exames, como a ultrassonografia, um dos exames mais comuns usados no suporte médico aos astronautas.

Foi com o auxílio de um ultrassom que um astronauta, em uma missão de seis meses e com uma dor debilitante no joelho, pode ser diagnosticado e tratado.

A partir da realização do exame verificou-se a necessidade de alterar a rotina de exercícios incluir medicamentos e condutas que viabilizaram a conclusão da missão espacial.

Mas, para que o suporte médico por meio da telemedicina seja viável e completo como no caso dos astronautas, há toda uma organização que garante a infraestrutura necessária na Estação Espacial:

  • Apoio médico necessário à missão de acordo com o tempo de permanência no espaço, garantindo a disponibilidade de remédios, instrumentos médicos e equipamentos para exercícios;
  • Uma equipe multidisciplinar composta por médico, enfermeiros, biomédicos, psicológicos e radiologistas;
  • Os membros da missão são treinados para que consigam tomar autocuidados e cuidados de primeiros socorros, sabendo como se portar e ajudar os colegas em situações emergenciais ou corriqueiras;
  • Comunicação, simulação e treinamentos de emergências médicas também são realizados para que os astronautas consigam lidar com esse tipo de ocorrência.

Cerca de 60% dos astronautas enfrentam problemas de saúde corriqueiros durante as missões espaciais como enjoos, irritações cutâneas e dores nas costas.

Telemedicina ajuda a salvar a vida de astronauta

Mesmo com toda essa infraestrutura, treinamentos e suporte que a NASA garante aos astronautas que se aventuram no espaço casos críticos também ocorrem, demandando resposta rápida e eficiência.

Um caso atípico foi registrado quando um astronauta, no segundo de seis meses de missão espacial, foi diagnosticado com um coágulo sanguíneo na jugular após um exame de rotina realizado por meio do atendimento médico a distância.

Devido à gravidade e imprevisibilidade da condição, não havia na Estação Espacial condições de tratar o paciente.

A limitação dos recursos médicos disponíveis levou a equipe médica da NASA a trabalhar em conjunto com o médico Stephan Moll, da Universidade da Carolina do Norte (UNC) especializado em coágulos sanguíneos.

Em conjunto e considerando os remédios e infraestrutura disponíveis na Estação Espacial, foi desenvolvido um plano de tratamento. Na conduta definiu-se o uso do anticoagulante injetável enoxaparina por 40 dias.

Posteriormente, a medicação foi substituída pelo remédio oral apixaban que o astronauta continuou ingerindo durante toda a missão, que pode concluir sem prejuízos à sua saúde.

Após o retorno à Terra ao fim da missão o astronauta não precisou de tratamentos adicionais para o coágulo sanguíneo.

Portanto, nesse caso mais crítico, a telemedicina foi indispensável para que o astronauta apresentasse um bom prognóstico e pudesse permanecer na missão espacial pelo período inicialmente planejado.

A telemedicina no Brasil, é utilizada como uma forma de oferecer assistência médica especializada e de qualidade quando a distância apresenta-se como um fator limitante.

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