Resumo das recomendações do CBR para COVID-19
Desde março, dedicamos nosso foco nas indicações para os exames de imagem para a COVID-19. Resumimos, a seguir, as mais recentes recomendações propostas pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), no combate à pandemia.
Inicialmente, veja as recomendações para frases conclusivas dos laudos de exames para investigação de pneumonia por COVID-19:
- Achados sugestivos de processo infeccioso de etiologia viral;
- Achados indeterminados para processo infeccioso de etiologia viral;
- Achados não habituais em processo infeccioso de etiologia viral.
Lembrando que estas sugestões podem mudar a qualquer momento.
Outra recomendação importante do CBR, diz respeito aos achados incidentais nas TCs de abdome. Sempre frisamos a importância de avaliar, quando possível, as bases pulmonares nos cortes de abdome e relatar, no laudo, os achados e possíveis diagnósticos diferenciais, especialmente neste contexto de pandemia.
Por favor, veja, abaixo, os dois comunicados oficiais.
Ainda, no link abaixo, segue um guia de interpretação dos achados de imagem nos estudos de tórax, publicado pelo CBR para auxiliar no estudo e consulta durante a elaboração dos relatórios.
Obrigada pela leitura,
Mariana Coelho
Diretora médica Telelaudo.
Posição sobre exames de imagem na COVID-19 pelo Colégio Brasileiro de Radiologia
A tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) do tórax não deve ser usada, isoladamente, para diagnóstico de COVID-19, nem tampouco deve ser realizada isoladamente para rastreamento da doença.
Para se definir um diagnóstico de COVID-19 é preciso estar pautado nas informações clínico-epidemiológicas associado aos exames RT-PCR e/ou sorologia quando disponíveis e validados. O exame de TCAR pode ser auxiliar nesta definição diagnóstica, porém precisa ser cuidadosamente correlacionado com os dados clínicos e laboratoriais.
Para os pacientes assintomáticos ou sintomáticos leves não se deve orientar a realização de qualquer exame de imagem.
Para os pacientes sintomáticos moderados que não tenham acesso a testes laboratoriais ou com PCR negativo, o papel da tomografia computadorizada ainda não está bem definido, porém poderá ser realizado conforme orientação clínica. Nos pacientes hospitalizados, sintomáticos, com quadro moderado ou grave, a tomografia computadorizada pode ser indicada, especialmente para avaliar suspeita de complicações como tromboembolia pulmonar, sobreposição de infecção bacteriana entre outros, além de auxiliar no descarte de outros diagnósticos diferenciais.
Quando indicada, o protocolo é uma tomografia de alta resolução (TCAR), preferencialmente com protocolo de baixa dose. O uso de meio de contraste endovenoso não está indicado, devendo ser reservado para situações específicas, após avaliação do médico radiologista.
Os achados de exames sistemáticos de TCAR para pacientes com suspeita de infecção por COVID-19 ou nos casos confirmados não influenciam desfechos. Até o momento, não há estudos que sustentem os achados tomográficos como preditores de evolução clínica.
A TCAR não deve ser usada como controle de tratamento, exceto em casos suspeitos de complicações, como mencionado acima.
Ambos, PCR e tomografia computadorizada, não tem valor preditivo negativo suficientemente elevado para retirar pacientes suspeitos de isolamento. Sugere-se que os relatórios de exames de imagem, coloquem em sua conclusão se os achados são sugestivos de processo infeccioso ou não.
Por fim, é recomendado que os relatórios de exames de imagem, em pacientes com suspeita de infecção pelo SARS-Cov-2, apresentem na sua conclusão uma das seguintes alternativas:
- Achados sugestivos de processo infeccioso de etiologia viral;
- Achados indeterminados para processo infeccioso de etiologia viral;
- Achados não habituais em processo infeccioso de etiologia viral.
Como o radiologista deve proceder ao se deparar com anormalidades pulmonares identificadas em tomografias computadorizadas do abdômen durante a pandemia por SARSCoV-2?
Os achados de lesões pulmonares na COVID-19 incluem opacidades em vidro fosco e consolidações periféricas, podendo ter aspecto nodular e predomínio basal. Derrames pleurais não são comumente vistos . Embora não sejam específicos, estes achados devem levar à suspeição de infecção por SARS-CoV-2 neste período de pandemia. O radiologista sempre deve revisar as bases pulmonares ao analisar exames de tomografia computadorizada do abdômen. Se forem identificadas anormalidades pulmonares sugestivas de pneumonia, mesmo quando não há suspeita clínica da COVID-19, é responsabilidade do radiologista incluí-la no diagnóstico diferencial e comunicar sua suspeita ao médico assistente e, se necessário, consultar profissional especializado. O uso do termo “pneumonia viral” é recomendável nestes casos . Não recomendamos realização de um novo exame de tomografia computadorizada dedicada do tórax, a não ser quando este exame possa trazer impacto na conduta clínica ou se houver piora do quadro clínico; nestes casos, buscar realizar o exame com baixa dose de radiação. Outros métodos de imagem não-torácicos (radiografias, laudos para tomografia, ressonâncias de pescoço, coluna e abdômen) podem demonstrar alterações pulmonares, recomendando-se que se proceda de modo semelhante ao da TC de abdômen. Um diagnóstico precoce é útil não apenas no atendimento ao paciente, mas também por permitir que os profissionais de saúde estejam preparados com equipamentos de proteção individual adequados.
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Lembrando que estas sugestões podem mudar a qualquer momento.
Outra recomendação importante do CBR, diz respeito aos achados incidentais nas TCs de abdome. Sempre frisamos a importância de avaliar, quando possível, as bases pulmonares nos cortes de abdome e relatar, no laudo, os achados e possíveis diagnósticos diferenciais, especialmente neste contexto de pandemia.
Por favor, veja, abaixo, os dois comunicados oficiais.
Ainda, no link abaixo, segue um guia de interpretação dos achados de imagem nos estudos de tórax, publicado pelo CBR para auxiliar no estudo e consulta durante a elaboração dos relatórios.
Obrigada pela leitura,
Mariana Coelho
Diretora médica Telelaudo.
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A tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) do tórax não deve ser usada, isoladamente, para diagnóstico de COVID-19, nem tampouco deve ser realizada isoladamente para rastreamento da doença.
Para se definir um diagnóstico de COVID-19 é preciso estar pautado nas informações clínico-epidemiológicas associado aos exames RT-PCR e/ou sorologia quando disponíveis e validados. O exame de TCAR pode ser auxiliar nesta definição diagnóstica, porém precisa ser cuidadosamente correlacionado com os dados clínicos e laboratoriais.
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Para os pacientes sintomáticos moderados que não tenham acesso a testes laboratoriais ou com PCR negativo, o papel da tomografia computadorizada ainda não está bem definido, porém poderá ser realizado conforme orientação clínica. Nos pacientes hospitalizados, sintomáticos, com quadro moderado ou grave, a tomografia computadorizada pode ser indicada, especialmente para avaliar suspeita de complicações como tromboembolia pulmonar, sobreposição de infecção bacteriana entre outros, além de auxiliar no descarte de outros diagnósticos diferenciais.
Quando indicada, o protocolo é uma tomografia de alta resolução (TCAR), preferencialmente com protocolo de baixa dose. O uso de meio de contraste endovenoso não está indicado, devendo ser reservado para situações específicas, após avaliação do médico radiologista.
Os achados de exames sistemáticos de TCAR para pacientes com suspeita de infecção por COVID-19 ou nos casos confirmados não influenciam desfechos. Até o momento, não há estudos que sustentem os achados tomográficos como preditores de evolução clínica.
A TCAR não deve ser usada como controle de tratamento, exceto em casos suspeitos de complicações, como mencionado acima.
Ambos, PCR e tomografia computadorizada, não tem valor preditivo negativo suficientemente elevado para retirar pacientes suspeitos de isolamento. Sugere-se que os relatórios de exames de imagem, coloquem em sua conclusão se os achados são sugestivos de processo infeccioso ou não.
Por fim, é recomendado que os relatórios de exames de imagem, em pacientes com suspeita de infecção pelo SARS-Cov-2, apresentem na sua conclusão uma das seguintes alternativas:
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