Radiologista em Destaque – Dr. Victor Hugo Marussi
Dr. Victor Hugo Marussi, Coordenador Científico da Telelaudo, nos conta um pouco de sua trajetória, paixão por inovação e pela evolução da radiologia. Estudioso e especialista do ramo, Dr. Victor fala o que gostaria de dizer aos estudantes de radiologia de hoje e o que gostaria de dizer ao físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen, que descobriu os raios-x. Leia a entrevista completa:
Conte-nos como escolheu a medicina e a radiologia :
A medicina vem de uma paixão pela biologia, pela ciência e por cuidar do próximo desde a infância, além do fato de vir de uma família de médicos, o que ajudou a dar o empurrão final. Lembro-me de ainda aos 5 anos ir com meu pai, que é ginecologista e obstetra, passar visita no hospital nos fins de semana. Ficava maravilhado com aquilo tudo e tinha certeza que era o que gostaria de fazer quando chegasse minha vez.
Qual sua percepção da evolução da radiologia, desde que iniciou sua carreira?
A evolução da Radiologia vem sendo exponencial, como é uma área intimamente relacionada à tecnologia e inovação, a toda hora temos novidades, não apenas no quesito diagnóstico como também no quesito administrativo de uma empresa de radiologia. O “workflow” de pacientes e exames é muito mais ágil com o auxílio de ferramentas tecnológicas. Hoje por exemplo podemos contar com auxílio de inteligência artificial na marcação de exames, na avaliação de produtividade média por setores, por máquina, por médico, por biomédico, podemos dentro de um universo gigantesco de exames feito em um dia numa clínica ou hospital termos um “alerta” do sistema de IA para exames potencialmente graves, que são automaticamente colocados como laudos prioritários. A introdução do sistema PACS contribuiu muito para redução de custos de impressão, aumento na acurácia diagnóstica e acompanhamento radiológico de doenças oncológicas por exemplo. Quando terminei minha residência na Unicamp em 2003 ainda laudávamos em filmes, escrevendo o laudo no papel para ser posteriormente digitado. A TC Multislice estava engatinhando no Brasil, poucos centros possuíam este aparelho, assim como a Ressonância Magnética também não era um método de tão fácil acesso como hoje em dia.
Em sua área, da neurorradiologia, como vê os avanços tecnológicos?
Vejo os avanços na Neurorradiologia com muito otimismo. Posso citar aqui por exemplos novas técnicas revolucionárias como estudo de parede de vaso (“black-blood”), métodos de avaliação quantitativa de atrofia cerebral, avaliação de nigrossomo-1 e neuromelanina para parkinsonismo, sequência de Susceptibilidade magnética (SWI), perfusão cerebral sem gadolínio com técnica arterial spin labeling. Tivemos também a introdução de métodos automatizados para avaliação de AVCI que poupam tempo importante de processamento do neurorradiologista, e, como sabemos, em caso de AVCI “time is brain”. Vejo ainda como muita esperança e otimismo a chegada de ressonâncias com campo de 7 TESLA e futuramente quem sabe de campos até mais elevados, que permitirão certamente uma avaliação microscópica de pequenas lesões “in vivo” anteriormente somente diagnosticadas em estudos post-mortem. Por último, ainda creio que uma nova fronteira serão os métodos de fusão de estudos estruturais como a RM com estudos funcionais como a medicina nuclear. Um dia quem sabe, disporemos de um PET-MRI que possa avaliar a quantidade e a distribuição topográfica exata de proteína TAU e Amilóide num paciente com doença de Alzheimer, para citar um exemplo.
Na sua visão, o que será da radiologia a partir dos avanços da inteligência artificial?
Certamente com a chegada da IA teremos mais um grande salto na qualidade assistencial ao paciente e aos médicos solicitantes. Conseguiremos enxergar problemas que antes ficavam abaixo de nosso radar, conseguiremos dar laudos mais rápidos e com mais qualidade, priorizar pacientes que necessitem de uma avaliação urgente. Não há como ir contra esta maré, quem conseguir entender as demandas dos clientes, sejam eles os médicos solicitantes ou as clínicas de radiologia (no caso da telerradiologia) e solucioná-las mais rapidamente, certamente estará na frente no mercado.
Quais temas são importantes para quem está iniciando uma carreira em radiologia?
Se eu pudesse dar um conselho para um residente de radiologia seria estar atento 24 horas às mudanças da área. Ser um profissional “multi-skill” também facilita muito a inserção neste concorrido mercado de trabalho. Não basta mais hoje em dia ser bom em dar diagnósticos raros e difíceis, o profissional de radiologia de hoje se tornou uma interface de relação com várias especialidades médicas, portanto, participar ativamente de reuniões multidisciplinares, participar do dia a dia dos problemas de um serviço de radiologia e observar como são corrigidos, estar atento para lançamento de novas tecnologias e inovações é de suma importância para ser este profissional completo que o mercado de trabalho tanto valoriza.
Como conheceu a Telelaudo? Como tem sido trabalhar com a Telelaudo?
Conheço a telelaudo desde a sua fundação por conta da minha relação de amizade com dr Flavio Lanes. Fui um dos primeiros radiologistas a trabalhar na empresa , depois acabei tendo que me afastar por conta de compromissos profissionais que estavam me exigindo muito a época. Venho conversando com Dr Flávio há mais de 2 anos sobre a importância de um núcleo e de uma coordenação científica dentro de uma empresa de tamanho porte e renome como é a TELELAUDO e em Agosto deste ano, por uma conjunção de fatores, chegou o momento ideal para voltar a empresa, desta vez não só como radiologista mas também ajudando a coordenar uma área científica.
Se o Sr. pudesse ter um encontro com o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen, que descobriu os raios-x, o que teria para contar para ele sobre o campo que ele criou?
Primeiro eu diria um “muito obrigado” e faria uma reverência. Depois diria que a descoberta que ele fez revolucionou a área médica, salvou milhões de vidas e que o exemplo que ele deixou foi um marco para novas descobertas as quais ninguém sabe onde vão parar.
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Conte-nos como escolheu a medicina e a radiologia :
A medicina vem de uma paixão pela biologia, pela ciência e por cuidar do próximo desde a infância, além do fato de vir de uma família de médicos, o que ajudou a dar o empurrão final. Lembro-me de ainda aos 5 anos ir com meu pai, que é ginecologista e obstetra, passar visita no hospital nos fins de semana. Ficava maravilhado com aquilo tudo e tinha certeza que era o que gostaria de fazer quando chegasse minha vez.
Qual sua percepção da evolução da radiologia, desde que iniciou sua carreira?
A evolução da Radiologia vem sendo exponencial, como é uma área intimamente relacionada à tecnologia e inovação, a toda hora temos novidades, não apenas no quesito diagnóstico como também no quesito administrativo de uma empresa de radiologia. O “workflow” de pacientes e exames é muito mais ágil com o auxílio de ferramentas tecnológicas. Hoje por exemplo podemos contar com auxílio de inteligência artificial na marcação de exames, na avaliação de produtividade média por setores, por máquina, por médico, por biomédico, podemos dentro de um universo gigantesco de exames feito em um dia numa clínica ou hospital termos um “alerta” do sistema de IA para exames potencialmente graves, que são automaticamente colocados como laudos prioritários. A introdução do sistema PACS contribuiu muito para redução de custos de impressão, aumento na acurácia diagnóstica e acompanhamento radiológico de doenças oncológicas por exemplo. Quando terminei minha residência na Unicamp em 2003 ainda laudávamos em filmes, escrevendo o laudo no papel para ser posteriormente digitado. A TC Multislice estava engatinhando no Brasil, poucos centros possuíam este aparelho, assim como a Ressonância Magnética também não era um método de tão fácil acesso como hoje em dia.
Em sua área, da neurorradiologia, como vê os avanços tecnológicos?
Vejo os avanços na Neurorradiologia com muito otimismo. Posso citar aqui por exemplos novas técnicas revolucionárias como estudo de parede de vaso (“black-blood”), métodos de avaliação quantitativa de atrofia cerebral, avaliação de nigrossomo-1 e neuromelanina para parkinsonismo, sequência de Susceptibilidade magnética (SWI), perfusão cerebral sem gadolínio com técnica arterial spin labeling. Tivemos também a introdução de métodos automatizados para avaliação de AVCI que poupam tempo importante de processamento do neurorradiologista, e, como sabemos, em caso de AVCI “time is brain”. Vejo ainda como muita esperança e otimismo a chegada de ressonâncias com campo de 7 TESLA e futuramente quem sabe de campos até mais elevados, que permitirão certamente uma avaliação microscópica de pequenas lesões “in vivo” anteriormente somente diagnosticadas em estudos post-mortem. Por último, ainda creio que uma nova fronteira serão os métodos de fusão de estudos estruturais como a RM com estudos funcionais como a medicina nuclear. Um dia quem sabe, disporemos de um PET-MRI que possa avaliar a quantidade e a distribuição topográfica exata de proteína TAU e Amilóide num paciente com doença de Alzheimer, para citar um exemplo.
Na sua visão, o que será da radiologia a partir dos avanços da inteligência artificial?
Certamente com a chegada da IA teremos mais um grande salto na qualidade assistencial ao paciente e aos médicos solicitantes. Conseguiremos enxergar problemas que antes ficavam abaixo de nosso radar, conseguiremos dar laudos mais rápidos e com mais qualidade, priorizar pacientes que necessitem de uma avaliação urgente. Não há como ir contra esta maré, quem conseguir entender as demandas dos clientes, sejam eles os médicos solicitantes ou as clínicas de radiologia (no caso da telerradiologia) e solucioná-las mais rapidamente, certamente estará na frente no mercado.
Quais temas são importantes para quem está iniciando uma carreira em radiologia?
Se eu pudesse dar um conselho para um residente de radiologia seria estar atento 24 horas às mudanças da área. Ser um profissional “multi-skill” também facilita muito a inserção neste concorrido mercado de trabalho. Não basta mais hoje em dia ser bom em dar diagnósticos raros e difíceis, o profissional de radiologia de hoje se tornou uma interface de relação com várias especialidades médicas, portanto, participar ativamente de reuniões multidisciplinares, participar do dia a dia dos problemas de um serviço de radiologia e observar como são corrigidos, estar atento para lançamento de novas tecnologias e inovações é de suma importância para ser este profissional completo que o mercado de trabalho tanto valoriza.
Como conheceu a Telelaudo? Como tem sido trabalhar com a Telelaudo?
Conheço a telelaudo desde a sua fundação por conta da minha relação de amizade com dr Flavio Lanes. Fui um dos primeiros radiologistas a trabalhar na empresa , depois acabei tendo que me afastar por conta de compromissos profissionais que estavam me exigindo muito a época. Venho conversando com Dr Flávio há mais de 2 anos sobre a importância de um núcleo e de uma coordenação científica dentro de uma empresa de tamanho porte e renome como é a TELELAUDO e em Agosto deste ano, por uma conjunção de fatores, chegou o momento ideal para voltar a empresa, desta vez não só como radiologista mas também ajudando a coordenar uma área científica.
Se o Sr. pudesse ter um encontro com o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen, que descobriu os raios-x, o que teria para contar para ele sobre o campo que ele criou?
Primeiro eu diria um “muito obrigado” e faria uma reverência. Depois diria que a descoberta que ele fez revolucionou a área médica, salvou milhões de vidas e que o exemplo que ele deixou foi um marco para novas descobertas as quais ninguém sabe onde vão parar.